Os Projetos de REDD

A maior parte das emissões brutas no Brasil (92%) é causada por alterações de uso da terra, principalmente o desmatamento do bioma Amazônia (Fonte: IPAM, 2023). O conceito do REDD (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) é simples: projetos buscam evitar a destruição de florestas, oferecendo incentivos financeiros a comunidades, proprietários de terras e países comprometidos com a proteção florestal. Em vez de desmatar para agricultura ou extração de madeira, áreas são preservadas, absorvendo e armazenando grandes quantidades de carbono atmosférico.

No ano de 2023, a Plant estruturou um dos maiores projetos de REDD da sua história corporativa, o projeto Mejuruá. O Mejuruá é um compromisso sólido com a preservação florestal, optando por práticas sustentáveis em vez do desmatamento permitido pelo Código Florestal Brasileiro. Além de evitar a emissão de 82 milhões de tCO2e em 30 anos, o projeto busca expandir-se para evitar o desmatamento não planejado em uma região que enfrenta um aumento preocupante dessa prática.

Recentemente, críticas a projetos de REDD foram levantadas, destacando preocupações sobre a qualidade desses projetos e a validade dos créditos de carbono emitidos. No entanto, um projeto REDD bem executado é extremamente benéfico. Por meio de monitoramento eficiente, o carbono permanece estocado nas áreas designadas, evidenciando o impacto positivo da iniciativa.

Os projetos REDD vão além da simples redução de emissões, desempenhando um papel vital na preservação da biodiversidade. Ao proteger habitats, contribuem significativamente para a conservação da vida selvagem, superando outras metodologias de manejo de gases de efeito estufa. Com a inspiração na inteligência ambiental das plantas, os projetos REDD representam um progresso notável em direção à mitigação das mudanças climáticas e à preservação da biodiversidade, merecendo nosso apoio contínuo e otimismo.

A Plant oferece inteligência ao longo de todas as etapas de um projeto de REDD:

1. Identificamos áreas elegíveis e realizamos uma análise minuciosa para desenvolver planos customizados.

2. Estabelecemos metas de redução de emissões, estratégias de conservação e planos de envolvimento comunitário.

3. Garantimos consultas eficazes e a participação ativa das comunidades locais, buscando o consentimento livre, prévio e informado.

4. Preparamos toda a documentação técnica necessária, incluindo planos de Monitoramento, Relato e Verificação (MRV) robustos.

5. Facilitamos o processo de validação por entidades independentes reconhecidas internacionalmente.

6. Realizamos o registro eficiente do projeto em certificados aprovados, como o Registro de Carbono Voluntário (VCS Registry).

7. Implementamos sistemas de monitoramento contínuo das atividades do projeto.

8. Submetemos relatórios regulares para verificação por entidades independentes.

9. Facilitamos a emissão eficiente de créditos de carbono, prontos para serem comercializados no mercado voluntário de carbono.

Contexto Histórico:


No cenário atual, as emissões de gases de efeito estufa concentram-se principalmente em duas atividades principais: o uso do petróleo e a mudança no uso da terra. No Brasil, a segunda atividade é a principal causadora de emissões, historicamente ligada ao desmatamento para dar lugar à agricultura e à pecuária. Ao longo dos últimos 150 anos, esse fenômeno ocorreu intensamente em todo o país, atingindo seu ápice nos últimos 60 anos na Amazônia, alcançando níveis preocupantes e desconhecidos. As consequências incluem a alteração do regime hidrológico em larga escala, desertificação e a danos a um ecossistema frágil, resultando em perdas significativas de biodiversidade e recursos naturais.

Diante desse contexto, torna-se evidente a necessidade de encontrar mecanismos eficazes para valorizar as florestas naturais, especialmente na região amazônica, cujo modelo de ocupação predominante prioriza a produção de alimentos para exportação em detrimento dos produtos florestais. O Brasil, como signatário da Convenção do Clima (UNFCCC), comprometeu-se a reduzir suas emissões líquidas em 50% até 2030 e 100% até 2050.

Focando na redução do desmatamento, o Brasil propôs contribuições às negociações diplomáticas, incorporando mecanismos de transferência de capital presentes no Protocolo de Quioto e posteriormente no Acordo de Paris. Esses mecanismos, alinhados ao Princípio do Poluidor Pagador, visam reverter a desvalorização da floresta, reconhecendo sua importância ecológica e abrindo caminho para seu uso econômico sustentável.

Nesse contexto, os mecanismos de mercado oferecidos pela UNFCCC, como o REDD (Redução de Emissões decorrentes do Desmatamento e da Degradação), desempenham um papel crucial ao criar um fluxo de valores que recompensam a preservação da floresta. Essa abordagem não apenas promove a conservação integral, mas também viabiliza economicamente a floresta, seus produtos e, consequentemente, sua proteção a longo prazo.

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A Plant e o Biochar